segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um Drink no Inferno

Nós não temos saído muito para a "noite" aqui na Austrália.
Prá dizer a verdade, só saímos para jantar em um pub uma vez no ano passado e a Carla foi na festa de final de ano da empresa dela.

Isto acontece até porque ainda estamos nos entrosando e também já passamos um pouco daquela fase de sair prá balada.

Mas aos poucos vão aparecendo oportunidades como a do sábado passado.

A Carla foi convidada para o aniversário de uma colega, com direito a levar acompanhantes e amigos, no Deville's Pad.

Acessamos o site do estabelecimento na internet para saber o que nos esperava.
A primeira impressão foi beeeemmm estranha.

Como diria meu pai, o lugar parecia o típico "inferninho".
Decoração ao estilo satã, tudo em tons de vermelho, vulcões, dançarinas, shows com banda, etc.
Ainda no site, uma recomendação de público maior de 25 anos e de se "vestir para impressionar".

Só por aí já começou toda a brincadeira de onde iríamos nos meter.

Mas como a Carla já tinha confirmado nossa presença resolvemos encarar.

A festa começava as 18:30. Quase um matiné. E com entrada grátis até as 20:00.

Deixamos os guris em casa e fomos eu, a Carla e o Leandro, nosso hóspede.

Chegando lá confirmamos a decoração bem como estava no site, mas aos poucos fomos entendendo a "proposta" do lugar.
Um estilo meio mexicanizado e tocando músicas anos 60.

Encontramos toda a turma do serviço da Carla e nossos amigos Caio e Juliana.
Encomendamos alguns petiscos, cuidando prá que não fossem carregados de pimenta.

Eu estava devagar na cerveja, pois tinha que dirigir, mas o Leandro resolveu experimentar toda a "carta" de cervejas disponível. Só faltou uma japonesa que ele não teve tempo para encarar.

O público era bem heterogêneo (...festa estranha com gente esquisita...), desde jovens até velhos, pessoal caracterizado a lá anos 60, motoqueiros tatuados e até gente normal.

Derrepente os presentes vão ficando mais animados e duas duplas abrem o salão. Dava prá ver que eles ensaiam em casa.
Em seguida duas dançarinas sobem em gaiolas ao lado do palco e começam a performance. Mas tudo bem comportado, coisa familiar. eh eh eh

Mais alguns minutos e começou o show da banda. Também só anos 60. Muito boa diga-se de passagem.

Estávamos num grupo ao lado da pista de dança, fazendo nossa festa particular e interagindo com a turma.
Pelo estado que estavam, alguns colegas da Carla devem ficar de ressaca até lá por quinta-feira...

O marido da chefa da Carla buscou cervejas Corona prá nós, com uma fatia de limão no gargalo.
Comentei com ele que não tínhamos o hábito de tomar cerveja com limão, daí ele me explicou o porque.
Segundo ele, como a Corona é feita no México e a água de lá não é muito boa, então deve-se colocar o limão para esterilizar a cerveja. Vê se eu aguento...

Bom, aos poucos a turma foi começando a debandar até que ficamos só nós três.

A festa estava boa, mas resolvemos então que era nossa hora também e levantamos acampamento.

Acabamos chegando em casa por volta de 22:30.
Isto mesmo as 10 e meia da noite já estávamos de volta.
No final das contas, a idéia de começar a festa cedo não é tão ruim assim.

Eu e a Carla fomos ver um pouco de TV antes de dormir e o Seu Lê (meio tonto digamos) ficou jogando videogame com os guris até depois da uma.

No domingo estávamos inteiros.
Fiz um barbecue no almoço e a tarde fomos passear no Kings Park para o Lê conhecer.


Drink estiloso


A Carla e sua turma


Eu e o Lê tentando ler o rótulo da ceva e ao fundo o "inferninho"


O Lê casou na festa... :-)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Visita


Desde sábado passado estamos com visita aqui em casa.

Nosso amigo Leandro Luchesi, também conhecido popularmente como Seu Lê, chegou no aeroporto pela manhã, depois de passar 30 e tantas horas perambulando pelo mundo.
Ainda meio desnorteado pela viagem e pela diferença de fuso horário (lembrem que são 11 horas), foi abrindo as malas e distribuindo algumas tralhas que trouxe para a gente, incluindo coisas que tínhamos deixado no Brasil, alguns kilos de erva, chicletes Bubaloo e uma lata de Nescau.

Nunca pensei que meus valores iriam mudar tanto a ponto de ficar feliz em receber uma lata de Nescau de presente...

Ainda no sábado ele resistiu bravamente ao sono e saiu comigo para fazer algumas tarefas semanais, como comprar carne, ir no correio e dar uma passada no shopping.

Lá pelas 8 da noite parecia que tinha passado um trem por cima dele e então decidiu se encaminhar ao berço.

No domingão, almoço no Gosnells market e depois um passeio em Fremantle.

Na segunda já foi ao mundo sozinho, larguei o elemento na estação de trem e ele tomou o rumo para o centro de Perth, onde pode conhecer a cidade e fez algumas comprinhas básicas.

Durante a semana os guris estão ensinando o Lê a jogar videogame e a gente vai tentando encontrar algo prá ele fazer (ainda não comentei sobre a grama que tem que aparar...).


Final de Semana Animado...
... para os guris

Os dois foram convidados para aniversários de colegas da escola.

O Ricardo já saiu no sábado logo após o almoço, pois iriam ao LazerCourt, uma espécie de paintball mas com armas lazer (deve ser um perigo prá furar um olho...) e já estava combinado de dormir na casa do amigo.

O Gabriel larguei no final da tarde na casa do amigo e o pai dele comentou que iriam até o interior, na chácara de um parente, para fazer uma “queimada” em parte da plantação. Algum tempo mais tarde o Gabriel liga perguntando se podia dormir na casa do colega.

No final das contas ficamos sem os filhos em casa naquela noite.
No dia seguinte voltaram contando um monte de estórias sobre o que fizeram.

O Gabriel fez uma programa “rural” como nunca tinha imaginado.
Já o Ricardo, até de quadriciclo andou na casa do amigo.

A gurizada está se soltando por aqui. Bom sinal. Muito bom sinal.


Primeiros momentos do Lê em solo Australiano


Já aproveitando a vida boa na Austrália

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dia das Mães

Neste final de semana comemorou-se também aqui o Dia das Mães.
É uma das datas em que o comércio mais vende, assim como no Brasil.

Eu e a Carla comemoramos também nosso aniversário de casamento, e aproveitamos o sábado para passear um pouco.
Fomos até alguns lugares que ainda não conhecíamos e que eu tinha selecionado para visitar no Google Earth.

Os guris ficaram em casa, pois nossos programas já não "fecham" mais.
Melhor assim, pois ninguém se aborrece. E eles também já estão mais independentes, vão para a casa dos amigos ou convidam os amigos para vir aqui.

Antes de iniciar nosso tour, passamos na casa do Caio e da Juliana (ah, e agora do Thomas também) para pegar dois pacotes de erva Vier que eles encontraram no Kakulas e compraram prá gente. Solidariedade gaudéria rolando por aqui. eh eh eh

A primeira parada foi em Point Fraser, um parque a beira do Rio Swan e bem próximo ao centro.
O lugar é muito bacana, com playground, área para picnic e um quiosque de locação de bicicletas.
De um lado uma bela vista do rio e do outro a vista do centro de Perth.

Saindo dali, andando só mais um pouco pela Riverside Drive, chegamos na Barrack Square, de onde saem os ferries para vários locais da cidade e onde está o Swan Bells, um monumento em forma de torre, com sinos que tocam a cada hora.

O próximo destino foi a praia de Scarborough, na parte norte da cidade.
Com uma infraestrutura muito bacana e uma praia linda, o local é bastante frequentado por surfistas.
Já passava da uma hora e resolvemos almoçar num restaurante na avenida a beira mar.
A pedida foi peixe, que estava ótimo. Aliás, diga-se de passagem, ainda não conseguimos comer um peixe ruim aqui. Até nos fast-food o peixe sempre é uma delícia.

Depois do almoço, fomos caminhar um pouco para conhecer o lugar, mas principalmente para "baixar" a refeição eh eh eh

Saindo de Scarborough, fomos até West Perth, no shopping Harbour Town que fica bem na frente do hotel onde nos hospedamos nos primeiros dias aqui, em janeiro do ano passado.
Nós ainda brincamos que estávamos voltando as origens e foi legal lembrar de quando chegamos, perdidos que nem baratas tontas, sem ter muita noção do que fazer nem de onde ir.

Fizemos algumas comprinhas básicas, para fazer nossa parte de injetar dinheiro na economia do país, tomamos um belo café e rumamos para casa.

Acabamos chegando em casa já passavam das 5 horas.
Fizemos um chimarrão (com a erva nova) e nos preparamos para o evento da noite...


O Evento

O Ricardo e o Gabriel resolveram convidar alguns amigos para vir aqui no sábado para fazer uma brincadeira de esconde-esconde noturna no parque que fica bem ao lado de casa.
O furdunço começou por volta de 6 horas e a gurizada veio preparada, com roupas escuras, camuflagem e até um clone do Indiana Jones.
Trouxeram lanternas, cordas e outros aparatos.
Cada um colaborou com 5 dólares e depois eles foram buscar pizzas para a janta.
Depois da janta foram jogar um pouco de videogame (tinha que rolar né...).
A farra foi até lá pelas 10:30, quando os pais começaram a recolher os "anjos".

Sobraram dois, que já estavam convidados para dormir aqui em casa e acabaram ficando para o churrasco do Dia das Mães no domingo.


Curtindo Scarborough e tomando um suquinho


No pier em Barrack Square, estacionei meu barquinho lá no fundo...


"Comandos em Ação" na hora da pizza. E haja pizza!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Saúde!

Recentemente algumas pessoas me contataram, através de amigos e pelo fórum canguru.info, com dúvidas sobre o sistema de saúde na Austrália e se era melhor ou pior que no Brasil.
Vou aproveitar as respostas que enviei a estas pessoas prá contar um pouco do assunto aqui no blog.

Este é um assunto que - mais uma vez - é estando aqui que a gente começa a entender melhor como funciona.

Em primeiro lugar saúde é coisa séria aqui, mas o esquema é diferente e vou te contar algumas experiências nossas.

Uma das coisas que a gente tem que acostumar (e que acredito muita gente vinda do Brasil não gosta e por isto critica) é que qualquer consulta tem que ser feita primeiro com o GP (General Pratictioner - ou clínico geral).
Não é como no Brasil que a gente escolhe o médico e vai no que achar mais adequado.
Este médico "filtra" as necessidades do paciente e só vai encaminhar para um especialista se achar que é necessário. A mesma coisa ocorre com exames.

No início do ano eu a Carla fomos ao médico para solicitar um checkup, como faziamos anualmente no Brasil.
A doutora, que é clínica geral, ficou espantada com a quantidade de exames que levamos junto. Perguntou se eu tinha algum problema de coração, pois eu havia levado até eletrocardiogramas junto (coisa que aqui eles só vão pedir se acharem que tem necessidade).
Nesta hora começei a pensar se todos os exames que faziamos anualmente eram realmente necessários (ou poderia ser algo para alimentar os cofrinhos dos planos de saúde...).
Caso o médico precise de informações adicionais sobre algum sintoma, ele pode até acessar alguns sites médicos para buscar o que precisa.

Como residentes permanentes nós temos direito ao Medicare, o sistema público de saúde.

O Medicare cobre parte das despesas médicas dentro de uma tabela padrão.
Cada médico pode definir o valor para consulta. Na clínica onde vamos o valor é de AU$ 65.00. O Medicare ressarce AU$ 35.00 (crédito posterior em conta corrente).
É possível encontrar médicos que cobram menos e alguns ficam até de graça pois cobram os 35 que são resarcidos depois.

Depois que fizemos a consulta com a médica, ela solicitou alguns exames e não pagamos nada para fazê-los.
Retornamos alguns dias depois, para saber os resultados dos exames (que são enviados diretamente ao médico), e não pagamos nada.
Felizmente tudo continua bem. Todos saudáveis e felizes... eh eh eh

Ah, para crianças até 16 anos a consulta é free.

Para meus filhos recebo uma vez por ano um voucher do governo que dá direito a uma consulta no dentista, para revisão e limpeza, e na escola do Gabriel tem um dentista que atende alunos das escolas do bairro para consultas e revisão básicas. Tudo sem custo algum.

E por enquanto nem estou falando de planos de saúde.
Mas então vamos lá.
Os planos de saúde servem para cobrir despesas em caso de hospitalização e permitem, neste caso, que o paciente escolha o médico pelo qual quer ser atendido. Caso não tenha plano vai ser atendido pelo médico que for designado pelo sistema público.

O plano privado não é, como no Brasil, para permitir que a gente vá no médico que bem entender.

Existem várias modalidades de planos.
O nosso inclui consultas a dentista, oftalmologista, fisioterapia, ambulância e algumas outras coisas. Ou seja, não cobre consulta médica, que é feita no esquema que expliquei acima.
Nós pagamos cerca de AU$ 140 por mês.

Pelo menos para nós, sempre que precisamos usar o sistema de saúde fomos muito bem atendidos.
Ainda felizmente não precisamos usar o plano privado para hospital, mas já usamos para dentista e foi tudo muito tranquilo.

Em resumo, na minha opinião o sistema público de saúde é muito bom.
Talvez nem precisássemos ter o plano privado (a maioria do povo aqui não tem), mas foi uma opção nossa para ter alguns recursos adicionais e até pelo costume de ter plano privado antes.



Galerinha
Prá não peder o costume, abaixo vão umas fotos da galera que já anda frequentando aqui em casa.
Como era no Brasil, nossa casa continua sendo a "casa da mãe Joana"... ou da mãe Carla... rsrsrs


Na hora da fome, umas pizzas resolvem...


...e na hora de dormir, é só jogar uns colchões no chão.