sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quem é Mark Webber?


Quem é Mark Webber?

Prá quem acompanha Fórmula 1 não é muito difícil de responder esta pergunta.
Quem me conhece sabe que sou fã de Fórmula 1 e acompanho a categoria desde o tempo dos títulos do Emerson Fittipaldi.
(Ok, concordo, estou ficando velho mesmo...rsrsrs)

Mas sobre Webber, vou de qualquer forma dar um resumo aqui:
Mark Webber é australiano e piloto de F1. Aliás o único na categoria por muitos anos.
Antes dele os únicos que fizeram sucesso foram Sir John Arthur "Jack" Brabham - campeão em 1959, 1960 e 1966 - e Alan Jones - campeão em 1980.
Jack Brabham e Alan Jones são tidos como ídolos aqui na Austrália, da mesma forma como idolatramos Senna no Brasil.
Mas voltando à Mark Webber, ele nunca foi um brilhante piloto e sempre teve atuações apagadas desde que começou na F1 em 2002 pela finada Minardi e posteriormente pela igualmente defunta Jaguar.
Em 2009, correndo pela RedBull, conseguiu sua primeira vitória na categoria e alcançando oito pódiuns ao longo do ano.
No ano passado, disputando pela imbatível RedBull, Webber aproveitou de algumas trapalhadas do companheiro Sebastian Vettel e tomou a liderança do campeonato quando faltavam poucas provas para o final da temporada.
Com uma pressão enorme e a preferência (velada) da equipe por Vettel, Mark Webber acabou por desintegrar sua chance de ser campeão do mundo comentendo alguns erros básicos e tendo que se submeter a ordens da equipe para favorecer Vettel (alguém já viu esta novela antes?!?!).
Acabou o campeonato em um mirrado terceiro lugar e tendo que engolir Sebastian Vettel levando o título na última prova.

Tudo bem, já temos uma breve descrição de quem é Mark Webber e de como se desenrolou a F1 em 2010.
Então vamos ao ponto onde quero chegar:
No início deste ano, começaram a aparecer anúncios sobre a etapa australiana da F1 em Melbourne.
As propagandas diziam o seguinte: "A lenda australiana Mark Webber volta à Austrália. Venha ver nosso herói enfrentar seus maiores rivais Vettel, Hamilton e Alonso".
Seguidamente ele aparece também em comerciais, que vão desde vitaminas até automóveis.

Em resumo, não interessa se ele nunca foi um grande piloto, nem que ele jogou o título fora no ano passado, ou que teve que se submeter à ordens de equipe.
Ele é australiano e isto basta para que receba apoio incondicional da mídia e do povo.
Nunca vi uma piadinha sequer sobre ele, nem comentários pejorativos, nem charges, nada na mídia que o colocásse como fracassado.
Esta é uma amostra do espírito do povo australiano. Prá eles, tudo o que é daqui é melhor, maior ou mais importante. Mesmo que não seja.

Acho que deu para entender onde eu quis chegar, né?
Fico chateado de ver a forma como os pilotos brasileiros (além de outros esportistas) acabam virando motivo de gozação pelo fato de não estarem sempre no topo, vencendo todas as provas.
Fico também muito triste e chateado porque isto reflete a forma como o povo brasileiro se enxerga e tem a capacidade de se "auto depreciar" em quase tudo.
É uma pena pois acredito que teríamos condições de ser um país melhor se as atitudes do nosso povo fossem condizentes com isto.
O problema é que tudo acaba em piada. Ou pior ainda, em "pizza".


Novo Emprego
Alguns amigos mais chegados já sabem que recentemente troquei de emprego.
O que a maioria não sabe é que não foi tão fácil como parece.
Na realidade enviei muitos currículos e fiz várias entrevistas de emprego desde o início do ano.
O que mais pega é o fato dos processos de seleção serem geralmente longos e cansativos.
A primeira etapa é o currículo, que deve ser feito sob medida para cada vaga pois, como aprendi na prática aqui, os recrutadores vão procurar o candidato que tem mais a ver com os requisitos para a vaga. Óbvio que isto também acontece no Brasil, mas o nível em que eles vão aqui é muito maior, principalmente se for através uma agência de empregos.
É meio paradoxal, pois existe uma carência de mão de obra muito grande, mas por outro lado a decisão tem que ser bem feita logo de início pois caso o candidato não seja o ideal o processo tem que recomeçar novamente e o próprio fato de não haver mão de obra suficiente dificulta tudo.
Bom, se conseguir ter o currículo selecionado, a segunda etapa é geralmente uma breve entrevista por telefone. As vezes nem tão breve, pois em uma das vezes fiquei falando por uma hora em teleconferência com pessoas de uma empresa.
E aqui vale uma observação, prá gente que não é fluente em inglês falar pelo telefone não é fácil.
Mas sendo aprovado nesta etapa, passa-se para a próxima fase (como num jogo de videogame... só que bem menos divertido) que é a entrevista pessoal, que pode se repetir mais uma ou duas vezes dependendo de cada empresa e de como as coisas vão avançando no processo.
Em uma empresa chegaram a me mandar para um teste psicotécnico que demorou 4 horas prá completar. Saí de lá completamente zonzo, pois além do teste em si ser desgastante, raciocinar em Inglês torna as coisas mais difíceis ainda.
A estas alturas os recrutadores já restringiram os candidatos a menos de 3 ou 4.
Depois da(s) entrevista(s), caso ainda se continue no processo, os recrutadores requisitam permissão para obter referências de 2 ou 3 ex-gerentes ou colegas de trabalho.
Neste ponto os candidatos já foram reduzidos a 2 ou no máximo 3.
Geralmente te chamam para (isto mesmo) mais uma entrevista e ficam de te dar uma resposta dentro de poucos dias.
Com isto, cada processo de seleção levava semanas ou até mais de mês até ter um retorno.
Em pelo menos 4 destas oportunidades (Bunnings, iiNet, RAC e Tiwest) eu fui até a fase final, onde algum outro candidato conseguiu enganar melhor os recrutadores eh eh eh

Em compensação, quando mandei meu currículo para a Scope me chamaram para uma entrevista 4 dias depois.
Fiz a entrevista numa terça-feira, na quarta me pediram para contatar referências, na quinta me ligaram para perguntar se eu poderia ir novamente para uma reunião na sexta de manhã, e na sexta no final da tarde me ligaram para oferecer a vaga.
Me disseram que se eu aceitásse a vaga eles então avisariam a outra pessoa que a vaga havia sido preenchida por um candidato preferencial.
Finalmente tinha chegado a minha vez!!!

Comecei no início de Agosto, trabalhando com implementação de Business Intelligence, num trabalho bem parecido com o que eu fazia na Sadig.
A empresa é muito bacana, fica em Scarborough de frente para o mar. A vista é sensacional.
O único ponto desfavorável é que fica beeeem mais longe de casa e eu levo cerca de uma hora para ir e mais uma hora para voltar.
De resto tudo é melhor em relação ao meu trabalho anterior.


Mudanças na Rotina
Com o novo emprego algumas coisas mudaram em nossa rotina.
A Carla tem um pouco mais de coisas prá fazer, já que eu saio mais cedo e chego mais tarde do que antes. Felizmente os guris ajudam com algumas tarefas. Nem sempre muito felizes e outras vezes sob protesto, mas ajudam eh eh eh
Como tenho que me deslocar 30km para o trabalho e atravessar de SOR (South of the river) para NOR (North of the river) isto inclui passar pelo centro da cidade, que geralmente tem muito trânsito chegando pela manhã e no sentido inverso um bando querendo sair do centro da cidade no final da tarde.
Uma ou duas vezes por semana vou de carro (até porque tenho curso nas terças-feiras a noite no centro de Perth) e nos outros dias vou de transporte público.
Pego trem aqui perto de casa e depois um ônibus mais ao norte já perto do trabalho.

Nunca fui usuário de transporte público no Brasil, mas aqui não tenho o que reclamar. Os trens e ônibus são todos limpos, pontuais e eficientes. Fiz um cartão da Transperth que serve para utilizar o transporte público e tem desconto no preço da tarifa, o que é vantagem já que utilizo diariamente. Basta encostar o cartão nos leitores posicionados na porta dos ônibus ou nas estações do trem para registrar o valor.
Curiosidade: nas estações de trem existem quiosques automáticos para venda dos bilhetes. É só comprar a passagem e entrar no trem. Não tem "cobrador", só eventualmente os fiscais solicitam para ver se os usuários tem a passagem. Se não tiver: Multa!

No mais a vida segue o ritmo.
A Carla continua na Chemist e volta e meia quer matar alguém rsrsrs mas pelo menos o trabalho não é tão estressante, fica perto de casa e ela tem autonomia para fazer as coisas do jeito dela.
Os guris felizmente continuam super bem na escola e bem entrosados com novos amigos.
O Gabriel já se preparando para a excursão de final de ano, quando se "forma" na primary school. Ano que vem vai para o ano 8 na high school.
Na semana passada terminou a temporada de futebol e o Gabriel teve o último jogo. Foi legal participar com ele em cada jogo e também interessante para conhecer novos lugares, mas também vai ser bom poder dormir até um pouco mais tarde nos domingos de manhã
O Ricardo está se preparando para os anos 11 e 12, que são preparatórios para a universidade.
Esta semana fomos a uma reunião na escola dele para pegar um Macbook da Apple, que foi distribuído gratuitamente aos alunos da escola dentro de um programa oferecido pelo governo.
Ele vai ficar com o notebook até o final do ano 12.

Sempre tem muita coisa para contar e mostrar. O problema é achar tempo...


Esta é a vista do escritório do meu novo trabalho em Scarborough

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ainda Aprendendo

Como é de se esperar, mesmo depois de dois anos e meio, ainda temos muito o que aprender por aqui.

Agora estamos nos envolvendo com a escola do Ricardo e preparação para a universidade. Ele atualmente cursa o ano 10 na High School, que seria algo equivalente ao 1º ou 2º ano do segundo grau no Brasil.
Acontece que a partir de agora ele já tem que escolher as matérias que vai cursar nos anos 11 e 12, dependendo do que pretende fazer no futuro.

Isto porque cada curso na universidade tem seus pré-requisitos, que são exatamente as matérias feitas na High School, e os alunos tem que atinigir uma nota mínima para poderem se candidatar a uma vaga.

Obviamente a gente estava meio perdido em relação ao que fazer e como estas coisas funcionavam.

Mais uma vez fomos surpreendidos pela organização das coisas aqui.
Na escola o Ricardo recebeu um guia, da grossura de uma lista telefônica e que é distribuido gratuitamente pelo governo a todos os alunos do ano 10, que descreve e explica as opções de carreira para estudantes que concluem a High School e um resumo de todas as profissões existentes, com descrição de atividades, salários, quanto tempo tem que estudar, etc.
Além disso, as universidades promovem palestras para alunos e pais de alunos do ano 10, justamente para explicar e ajudar na decisão da carreira e de como se preparar para a universidade.

Fomos numa destas palestras e recebemos mais material adicional sobre possíveis carreiras e cursos disponíveis para cada área.

Nos queremos que os guris continuem estudando e façam um curso na universidade, mas existem também outras carreiras para seguir, como por exemplo os cursos profissionalizantes no TAFE, ou entrar para Forças Armadas, ou ainda cursos com estágio pela própria escola.


O que nós notamos foi uma integração muito maior entre a High School e a Universidade, pois o desempenho dos alunos vai contar na hora de se inscrever para um curso superior.

A missão agora é ajudar o Ricardo a se definir pela carreira a seguir, o que não é uma coisa fácil na idade dele.
De qualquer forma pelo menos bastante informação nós já temos.

Formatura

Já o Gabriel está na expectativa da formatura no final deste ano, encerrando o ano 7 na Primary School
e indo para a mesma escola que o Ricardo frequenta hoje.
A rotina não vai mudar muito pois as escolas são lado a lado.

O que ele mais comenta agora é sobre a excursão de final de ano, onde vão passar uma semana em Rottnest Island.
Também é legal ver ele e os amigos combinando quais matérias vão escolher na nova escola.


EOFYS

Nesta época do ano começam as liquidações do EOFYS, sigla para End Of Financial Years Sales, ou Vendas de Final do Ano Fiscal.
Vale tudo, desde eletrodomésticos até carros, passando por tv por assinatura e etc.

A maior parte das coisas aqui não é regulada pelo ano “normal” e sim pelo ano fiscal, que vai do início de Julho até o final de Junho do ano seguinte.

Aí se incluem todos os relatórios empresarias, impostos, etc.


Entertainment Book
Este já é o segundo ano que compramos o Entertainment Book.
A primeira vez que ficamos sabendo deste esquema foi com o nosso amigo Caio, que havia comprado prá ver como funcionava.

O esquema é muito legal. É um livro com milhares de cupons de descontos para restaurantes, bares, hotéis, parques de diversão, artigos de presentes e por aí vai.

Os cupons geralmente dão desconto no valor total da conta (até um certo limite), ou são do tipo pague um leve dois.

O livro custa 65 dólares e é vendido somente através de escolas, clubes e instituições, que ficam com uma parcela do valor a título de contribuição.

Nós compramos novamente pela escola do Gabriel e o livro se paga logo após usar umas 3 ou 4 vezes.
Do nosso livro do ano passado usamos menos de 5% do total de cupons, mas ainda assim valeu a pena.

Outra coisa legal é que a gente acaba indo à lugares que nem sabíamos que existiam.
No website existe uma opção para procurar por locais que aceitam os cupons por bairro e seguidamente a gente escolhe um lugar novo para ir baseado no livro.


Prá inaugurar a edição 2011/2012 fomos no final de semana ao Hogs Breath em Northbridge, comemos até dizer chega e o cupon deu um desconto de 30 dólares no total da conta.
À tarde, depois de passear por Northbridge, paramos para um café com torta no Aroma Café e conseguimos mais um descontinho de 9 dólares.

Ou seja, já compensou pagando mais da metade do preço do livro.

Ainda economizamos na janta à noite porque ninguém mais conseguia comer muito eh eh eh



AC/DC
Completando nosso passeio por Northbridge, fomos até o musem de Western Australia para ver a exposição do AC/DC Australia's Family Jewels, uma coletânea de artigos da banda, desde discos, roupas, instrumentos até o canhão usado em alguns shows.
Encontramos inclusive um folheto do Rock In Rio em português.

A banda, por ser Australiana, é considerada por aqui como sendo a melhor do mundo (óbvio) e haviam vários fãs vidrados num telão assistindo vídeos de shows antigos.

Eu já desconfiava que a origem do nome devia ter alguma coisa a ver com algo ligado a eletricidade (sigla para corrente alternada/corrente contínua em português) e na exposição li que eles se inspiraram na plaqueta de um aspirador de pó de família para dar o nome a banda.





Guaraná, farofa e Maizena
Foi isto que estava em nosso carrinho de compras no último sábado.
Fomos especialmente até um supermercado em Hamilton Hill, cujo proprietário é português, para podermos comprar estes itens incomuns nos mercados daqui.
Encontramos também erva mate, porém nosso "estoque" está bom por enquanto, e bombons Garoto. Mas um pacote de 250 gramas por 6,99 dólares, mesmo com muita vontade de comer, não deu prá encarar.


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Férias

Eu e a Carla aproveitamos as férias escolares e o feriadão da Páscoa para tirarmos uma folga.

Aqui se faz feriado na Sexta-feira Santa e na Segunda depois da Páscoa. Isto ainda coincidiu com a feriado do ANZAC na Terça.
Juntamos isto e pegamos três dias de férias para fazer um folgão de dez dias.
Ficamos por casa fazendo algumas reformas que queríamos.
Terminamos a semana com um pouco de cansaço físico mas com a cabeça aliviada.

Este esquema de poder tirar as férias "picadas" durante o ano é muito bom.


RIO
Na semana passada, ainda aproveitando nossas férias, fizemos um programa familiar.
Fomos ao shopping, almoçamos no Sizzler e ao cinema assistir Rio em 3D.
O filme é bem bonzinho, com algumas coisas estranhas prá gente que é brasileiro, é claro.

Soccer
O Gabriel continua apaixonado por esportes e prá completar entrou para o time de futebol de Gosnels, cidade onde fica nosso bairro.
Agora temos compromisso quase todos os domingos, com em vários locais do estado.
No domigo fomos até Mandurah, a uns 70 quilometros daqui, para assistir um jogo dele.
Apesar de saber que o goleiro quase nunca leva as glórias no time, ele ainda gosta de jogar nesta posição.




PingPong
Fizemos um dos melhores investimentos dos últimos meses.
No lugar de encher os guris com chocolates na Páscoa (até porque a gente já compra normalmente rsrsrs), sugerimos para eles uma mesa de ping pong.
Assim como no Brasil, aqui também chamam de tênis de mesa, ou table tennis.
O interessante é que a gente compra uma "table tennis table", ou seja literamente uma "mesa de tenis de mesa".
Ainda tenho dificuldade na hora que tenho que dizer o nome em inglês... eh eh eh
Bom, mas o importante é que agora a turminha se reune aqui em casa para jogar e passam horas fazendo isto, deixando o videogame e computador um pouco de lado.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Atualizando

Hora de atualizar alguns assuntos pois fazem horas que não coloco notícias aqui no blog. Assuntos não faltam, mas vamos por partes:

Falando de Trabalho
Já comentei algumas vezes sobre a carência de mão de obra por estas bandas, ainda mais de gente que realmente trabalha.
O Ricardo completou 15 anos no mês passado.
Ajudamos ele a solicitar o Tax File Number (TFN) que é tipo o CPF no Brasil, abrimos uma conta no banco prá ele e começou a trabalhar.
Arrumou uma vaga na farmácia onde a Carla trabalha (pois é, também tem nepotismo por aqui rsrsrs).
Ele trabalha foi contratado como funcionário, mas trabalha em regime part-time, somente nas sextas no final da tarde e no domingo de manhã e a tarde, colocando estoque nas prateleiras, atendendo clientes e ajudando no caixa e serviços gerais dentro da loja.
Este tipo de trabalho é muito comum aqui e a gurizada nesta idade já começa a fazer trabalhos deste tipo prá ganhar algum dinheiro.

O salário é baixo, mas bom prá quem não tem nenhuma experiência, e além disso recebe o Superannuation que é o fundo de previdência para aposentadoria.
Ele deve conseguir juntar uns 300 a 400 dólares por mês, o que prá ele já é muito dinheiro. eh eh eh
Durante as férias da escola ele quer trabalhar alguns dias a mais prá juntar uns pilas extras.
Este tipo de trabalho é muito comum aqui e a gurizada nesta idade já começa a fazer trabalhos deste tipo prá ganhar algum dinheiro.

O Gabriel ainda não está na fase de trabalhar, mas se interessou quando viu a possibilidade de ganhar algum dinheiro e então propomos dele fazer algumas coisas em casa prá engordar a mesada. Ele está ajudando a cortar grama, lavar os carros e outras coisas do dia a dia.

Ricardo no primeiro dia de trabalho


O Gabriel também entrou na onda



TV e Filmes
Mudando completamente de saco prá mala, queria comentar sobre um dos nossos passatempos prediletos, que é assistir TV e filmes.
A programação da TV aqui é completamente diferente do que existe no Brasil. O horário nobre é entre 7 e 8 da noite, e este horário é repleto de programas de auditório, reality shows e seriados. A grande maioria de produção nacional.
A transmissão de TV é digital, embora o sinal analógico ainda vai ficar no ar até o ano que vem, e agora já são 17 canais diferentes, alguns com programação dedicada (esportes, notícias, séries, infanto-juvenil, etc).
Entre quinta e domingo os canais passam mais filmes a noite e muitos são produções australianas que nunca tínhamos ouvido falar. Tem alguns filmes muito bons que recomendo.
Recomendo também alguns outros filmes australianos, que ficam ainda mais divertidos de assistir depois que a gente conhece mais da cultura e costumes daqui.
Vai aí uma lista de filmes misturando novos e antigos:
Bran Nue Dae (comédia)
Strange Bedfellows (comédia)
Crocodile Dundee (comédia)
Young Eistein (comédia)
Rabbit-Proof Fence (também conhecido como Long Walk Home)
Australia (aventura/romance)
Tomorrow, When the War Began (aventura)
Mad Max 1 e 2 (o 3 é uma porcaria) (aventura/ação)
Priscila a Rainha do Deserto (drama)

Para aqueles que quiserem explorar mais o cinema Australiano, nestes sites (http://www.list-directory.info/lists/australian-movies-list-2.html e http://goaustralia.about.com/od/products/tp/movies.htm) tem uma lista dos filmes mais populares.

Calor!!!
O mês de Março deste ano bateu o recorde de dias quentes de todos os tempos.
Desde que se iniciou o registro das temperaturas, nunca um mês foi tão quente em termos de temperatura média.
Não foi um calor horroroso, mas em todos os dias do mês a temperatura ficou acima dos 30 graus.
Chuva a gente não vê a mais de 60 dias. E a última chuva que deu foi uma pancada d’água de surpresa que durou uma meia hora (e encharcou os bancos do meu carro que eu havia deixado no estacionamento da empresa com aquela famosa fresta prá aliviar o calor).
A compania de água está fazendo uma campanha enorme solicitando a população para reduzir o consumo de água e evitar o racionamento.
O maior consumo de água, acreditem, é para molhar jardins. Isto mesmo, acontece que a maior parte das casa tem sistemas de sprinklers, geralmente acionados automaticamente.
Conforme a regulamentação, é possível molhar o jardim duas vezes por semana, num sistema de rodízio conforme o número da casa.
O problema é que o povo regula o sistema prá ficar molhando o gramado por 20 a 30 minutos. E isto é muita água.
Pelo menos estão prevendo chuva para o final da semana. É esperar prá ver...

Visita da Rainha
A Rainha da Inglaterra vai vir a Perth em Outubro, acompanhada de seu marido o Duque de Edimburgo.
Ela ligou há alguns dias atrás perguntando se a Carla ia fazer alguma coisa para o aniversário dela.
Em consideração à Rainha, a Carla resolveu planejar um bolinho e uns salgadinhos para Outubro. Ah, e uma caipirinha também. A Rainha adora.
Só de saber que a Rainha está vindo visitar o país já deixou o povo todo exaltado, pois eles ainda tem uma ligação muito grande com esta instituição que é a coroa britânica.
O governo da Austrália, sabendo que a Rainha estava planejando vir prá cá, resolveu organizar um evento para reunir vários líderes mundiais aqui em Perth no mês de Outubro.
O Commonwealth Heads of Government Meeting certamente vai ser objeto de notícia mundo afora, e Perth vai estar em destaque na mídia mundial.
Serão 3 dias de evento que, segundo os organizadores, serve para discutir assuntos de interesse globais e também específicos dos países envolvidos. Em resumo, vem para comer, beber e fazer turismo de graça.
Estarão presentes membros de 54 países que fazem parte do grupo.
Só espero que nao queiram entrar de penetra no aniversário da Carla...

Notrham Flying 50
Aproveito para postar um vídeo de um programa que fizemos no último Domingo.
Fomos até Northam, a 100km de Perth, para acompanhar um evento na cidadezinha de 6000 habitantes: corrida de carros nas ruas da cidade.
Foi muito bacana sair um pouco de Perth e ir conhecer uma área mais rural do estado.
http://www.youtube.com/user/rcmuller

A Carla e o Gabriel na simpática Northam


Gostei do lugar. Vou voltar mais vezes...


Bom, prá encerrar o assunto, acredito que depois de dois anos o blog tem cumprido o objetivo de contar um pouco de nossa estória por aqui.
Com a vida já na rotina, as coisas que eram novidades já fazem agora parte da rotina.
Não quero dizer que esta vai ser a última vez que escrevo no blog, mas acho que a partir de agora as atualizações devem ser bem esporádicas.

No mais, como já comentei, a vida entrou nos eixos e estamos bem realizados com nossa decisão de viver aqui.
Obviamente a saudade da família e amigos ainda bate de vez em quando, mas a gente vai disfarçando com os contatos via e-mail, msns e facebooks da vida.

Por enquanto é isso. Um grande abraço a todos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dois Anos e uma Salada de Assuntos


Em 26 de Janeiro de 2009, partimos do Brasil rumo à terra dos cangurus.
Depois de 36 horas chegamos em Perth, atordoados da viagem e com uma diferença de 11 horas de fuso.
Bem, no último dia 28 de Janeiro, completamos dois anos de nossa chegada na Austrália.

Nestes dois anos aprendemos muitas coisas e vimos também muitas coisas novas, conhecemos novos lugares e pessoas.

Acho que podemos dizer que fomos bem sucedidos em nossa empreitada. Hoje estamos bem adaptados à nova vida e com muitos planos ainda pela frente.

Mas os dois anos marcam também uma nova fase em nosso relacionamento com a Austrália.

Quando entramos com o pedido do visto, solicitamos o "patrocínio" do estado de Western Austrália. Isto tornava o processo um pouco mais fácil, mas em contra-partida exigia de nós um acordo de morar e trabalhar os primeiros 2 anos em WA.
Com a vida ajeitada por aqui, só mesmo se surgir uma oportunidade muito melhor em outro lugar, mas pelo menos agora estamos livres para morar em qualquer lugar no país.
Também a partir de agora, caso a gente perca o emprego temos direito a um benefício do governo, tipo o seguro desemprego no Brasil.

Vai ficar ainda melhor dentro de mais dois anos, quando poderemos solicitar a cidadania e então termos direito a voto e possibilidade de ter passaporte australiano.


Australia Day
Coincidências a parte, no dia 26 de Janeiro é comemorado o Australia Day, o mesmo dia em que fazemos aniversário da nossa saída do Brasil.

Já virando "Ozzies" de carteirinha, fomos novamente assistir ao show de fogos a beira do Swan River.
Lá nos encontramos com amigos e colegas do trabalho da Carla.

No ano passado havia a proibição total de bebidas alcoólicas no evento, o que levantou muitas reclamações de pessoas que queriam levar algo para brindar o dia. Dá prá entender um pouco a medida pois tem alguns elementos que enchem a cara e vão para o evento arrumar confusão.
Neste ano, tentando agradar gregos e troianos, foram delimitadas duas áreas onde era possível consumir bebida alcoólica, com regras obviamente. Cada pessoa podia levar uma garrafa de vinho ou um pack de 6 cervejas, para serem consumidos somente entre as 18:30 e 20:30.
Segundo a polícia, que estava em grande número no evento, este foi o ano com menos incidentes registrados nos 26 anos do Perth Skyworks.

O evento em si é realmente um show. Durante a tarde tem apresentações aéreas e as oito da noite iniciam os fogos, sincronizados com música transmitida por uma rádio FM, com duração de meia hora.

Montei um vídeo (clique aqui) para dar uma idéia de como é o evento.


Aniversário
Ainda comemorando o aniversário de nossa chegada, no sábado fomos almoçar num lugar muito bacana com nossos amigos Nara e Antônio.
O restaurante fica em Two Rocks, local a cerca de 70 km ao norte de Perth, região de casas de pescadores ou pessoal aposentado. Um paraíso de tranquilidade.

Depois do almoço ainda passeamos um pouco pelo local e depois rumamos sul, pois o tempo estava fechando e havia possibilidade de tempestades.

Chegamos de volta em nosso bairro no meio da tarde e ainda paramos para o tradicional café no Döme.


O tempo fechando e os farofeiros começaram a debandar da praia...



Enchentes e Ciclones
Na quinta-feira da passada começaram a divulgar na TV e jornais da cidade um alerta de ciclone para a região em que moramos.
A previsão com tres dias de antecedência era de que o ciclone Bianca atingiria a região metropolitana de Perth no domingo pela manhã.

O ciclone de categoria 3 estava ainda em alto mar, perdendo força mas ainda com potencial de atingir a costa do estado como categoria 2.
A medida que o tempo foi passando as informações chegavam com mais frequência e o ciclone foi perdendo força.

Apesar da possibilidade de sobrarem alguns ventos fortes, os órgãos de defesa civil já estavam agindo, distribuindo folhetos com informações de como se preparar para o evento.
No sábado felizmente o alerta de ciclone já havia sido cancelado e somente uma pequena região sofreu com alguns ventos fortes e isolados, com algumas poucas casas destelhadas e alta na maré que esculhambou um pouco as praias da região, mas sem nenhuma vítima.

Também acho que todos devem ter acompanhado pela TV as enchentes que ocorreram no estado de Queensland há algumas semanas.
Foram vários dias de chuvas torrenciais, que inundaram uma grande área do estado, próximo à região metropolitana. Até o centro da capital Brisbane ficou inundado.
Vinte pessoas foram vítimas fatais do desastre e o estrago foi imenso em termos econômicos.

O que me impressionou muito foi como a comunidade se mobiliza em momentos como este.

Depois que as chuvas pararam, um batalhão de voluntários invadiu as regiões afetadas para ajudar com os trabalhos de limpeza e recuperação.

Os órgãos de defesa civil coordenam as atividades e distribuem panfletos informativos de como se cadastrar como voluntário e todas as instruções necessárias para executar o trabalho, o que levar, o que vestir, quais os cuidados a serem tomados, etc.
Muita gente já é pré-cadastrada como voluntário, enquanto outros se apresentam na hora.

Além disso, chama a atenção o número de atividades por todo o país para arrecadar fundos de auxílio às áreas atingidas.
Aparece de tudo, contas em bancos para depositar donativos, opção de desconto em folha de pagamento (com direito de descontar no imposto), rifas, jantares beneficientes, pessoas coletando donativos nas ruas e até crianças vendendo limonada para juntar recursos.
Aqui na empresa vai rolar um BBQ na sexta-feira para angariar fundos também.

Tudo isto demonstra o elevado espírito de cidadania e união do povo.

Num enorme revés do destino, Queensland está para ser atingida novamente (provavelmente enquanto escrevo este texto).
Desta vez mais ao norte do estado, pelo ciclone Yasi, de categoria 5 e com possibilidade de ventos perto de 300Km/h.

Desde a semana passada já estão sendo divulgadas informações e feitos os preparativos para tentar minimizar o impacto dos ventos e fortes chuvas previstas. Cidades na rota do ciclone estão sendo evacuadas e a defesa civil preparada para agir.

À todo momento, no site do bureau de meteorologia e pela mídia, mais informações são divulgadas e com maior precisão de qual será a rota do ciclone e do impacto que vai causar.

Agentes especializados da defesa civil de diversos estados já estão se deslocando para Queensland a fim de ajudar nas atividades de recuperação e resgate a possíveis vítimas.

Até onde lembro, nunca vi nada parecido com isto em termos de informação antecipada e prevenção para catástrofes no Brasil.

Talvez por isto infelizmente, é que num desastre desta magnitude, aqui morrem 20 e no Brasil morrem 800...


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Em Sydney

Na semana passada conseguimos largar a vida de escravos e fomos até Sydney, do outro lado do país, para passar alguns dias de folga.

Nosso objetivo principal era visitar a Cintia, prima da Carla, e também conhecer um pouco da "capital" da Austrália.
Brincadeiras a parte, Sydney está para a Austrália assim como o Rio de Janeiro está para o Brasil. É a cidade mais conhecida e muita gente acha que é a capital do país.
Prá quem ainda não sabe, a capital é Canberra (eles pronuciam algo como Câmbra) e tal como Brasília não é muito conhecida e também fica no meio do nada...
Mas voltando a Sydney, são 4 horas de viagem, sem escalas. Fomos pela Qantas, principal companhia aérea daqui, num vôo bem tranquilo e com muito conforto. O único senão ficou por conta do ar condicionado gelado que deixou a Carla gripada.

Chegando em Sydney fomos pegar o carro que havíamos reservado. Era para ser um Hyundai Getz (tipo um Gol) mas eles não tinham disponível a acabei levando um i30 (na faixa de um Focus) pelo mesmo preço.

Chave na mão, malas no carro, todos a postos e GPS (...não saia de casa sem ele...) com o endereço da Cíntia.

Prá quem mora em Perth, logo de cara se nota que a cidade é maior, com mais carros e mais movimento. As ruas são mais apertadas, principalmente na região central. Mas nem por isso o trânsito é pior, pelo contrário é bem tranquilo.

Antes de chegarmos ao nosso destino, passamos num KFC para almoçar, pois a comida do avião não chegou para matar a fome dos nossos dois "monstrinhos".
Também nesta época do ano há uma diferença de 3 horas no fuso horário.

No meio da tarde chegamos na casa da "prima" e foi muito legal revê-la e conhecer o restante da família, que até então só conhecíamos por fotos.
A Cíntia e o Ed já moram aqui na Austrália a cerca de 14 anos e os dois filhos, o Kiron e a Gaia, nasceram aqui mesmo.
Como eles adoram esportes e principalmente surf, moram em Freshwater a uma quadra e meia do mar.

Interessante notar a quantidade de brasileiros morando em Sydney, mais especificamente nesta região.
Não dava prá sair na rua falando besteira em português como a gente faz aqui em Perth rsrsrs

O primeiro dia serviu para botar um pouco da conversa em dia e na sexta-feira fomos com a gurizada conhecer o famoso Opera House e a Harbour Bridge. No embalo conhecemos um pouco do Jardim Botânico e acabamos almoçando no McDonalds conforme combinado previamente com a Gaia, depois no meio da tarde voltamos prá casa.
A noite, reunimos com uma turma de amigos, incluindo nosso amigo montenegrino Lúcio Mottin, num restaurante brasileiro.
Foi estranho e ao mesmo tempo bacana estar num lugar com um monte de gente falando português, incluindo as garçonetes.

No sabadão a Cíntia e o Ed fizeram o papel de guias turísticos e foram nos mostrar as praias ao norte de Sydney. Nosso itinerário acabou em Palm Beach onde almoçamos um tradicional fish and chips e depois fomos para a praia para umas aulas particulares de surf com os especialistas no assunto. (imagens inéditas no vídeo)

Na noite de sábado o Ed se superou. Fez um churrasco de espeto, assado na brasa, com direito a picanha. A Cíntia prá não ficar para trás providenciou uma autêntica caipirinha.
Mordomia total...

No domingo já estávamos no clima de fim de festa e não fizemos nada além de bater papo, o que aliás foi muito bom. Os guris ainda deram uma chegada na praia para tentar pegar umas ondas.

No final da tarde arrumamos as trouxas e rumamos ao aeroporto.
Mais 4 horas e estávamos em Perth.

Foram só quatro dias mas que valeram a pena para passear um pouco, quebrar a rotina, mas principalmente para passar um tempinho com os "parentes" lá do outro lado do país.



Vídeo: versão longa 10min (prá quem tiver paciência)